domingo, 15 de novembro de 2009

Incenso

A SUAVE MAGIA DA FUMAÇA PERFUMADA
Você sabe quando surgiu o Incenso?De que é feito? Que ele era um dos produtos mais cobiçados da antiguidade?
Sinônimo de espiritualidade, o incenso e os rituais que o envolvem são realidades compreensíveis para alguns, quetionáveis para outros e inaceitáveis para os céticos. Mas mesmo que você se enquadre nessas ultimas situações, vale a pena ler este texto.
Sua trajetória, a par do significado e do uso atribuído a ele pelas religiões, é cercada de histórias, lendas e curiosidades. Na pior das hipóteses, você vai descobrir por que o incenso exerce fascínio nas pessoas e aprender que, em determinadas circunstâncias, sua fumaça é prejudicial à saúde.
Quer um exemplo? Você sabe que o incenso é tão vermelho quanto a humanidade? Ele "nasceu" há aproximadamente seis mil anos. Antigas citações sobre produtos naturais já descreviam duas resinas: o incenso e a mirra. Por sinal, objetos de cobiça humana há milênios - ambos são alguns dos mais antigos produtos comercializados pelo homem.
Na antiguidade eram bem raros e, por isso mesmo, apenas as classes sociais mais privilegiadas tinham acesso a eles (lembram-se dos presentes ofertados pelos três reis magos a Jesus na manjedoura, em Belém, na Judéia? Os reis, vindos do Oriente, abriram os seus tesouros e entregaram a Maria as suas ofertas: ouro, incenso e mirra).
Outra curiosidade é que o incenso a partir de resinas naturais - secreções sólidas ou semi-sólidas estraídas de árvores, sobretudo das famílias Burseracereae, Estiracaceae e Anacardiaceae.O incenso autêntico era obtido de plantas do Gênero Boswellia, que cresciam nas montanhas do sul da Árabia e da Abissínia (atual Etiópia). Vale a pena lembrar que existem dois tipos de resinas: as verdadeiras (solúveis em solventes) e as gomo resinas (parcialmente solúveis em qualquer tipo de solvente).
Na antiguidade, essas resinas eram estraídas de árvores que cresciam na bacia ocidental do Mediterrâneo, enquanto as gomo resinas eram colhidas de árvores no sul da Península Arábica e na Somália. Independentemente da resina, o processo de produção do incenso era o mesmo: consistia em fazer incisões sobre o tronco, fazendo brotar dele a resina.Em contato com o ar, ela rapidamente se solidificava e era recolhida.
Por ser raro (e portanto caro), o comércio de incenso era uma "atividade" sagrada, que envolvia responsabilidades e riscos. Uma antiga lenda conta que cada árvore de olíbano (Boswellia) era guardada por serpentes aladas. As víboras apenas com podiam ser afastadas com fumaças produzidas pela queima de uma resina especial.E coitado daquele homem que fizesse sexo com a esposa ou com amante e se atrevesse recolher o incenso durante uma determinada fase lunar: ele se transformaria numa pessoa azeda e carrancuda. Enfim, de mal com a vida.
Na Alexandria, o incenso era tão precioso que os comerciantes, para não serem roubados, obrigavam os escravos encarregados de sua colheita a trabalharem seminus, trajavam apenas uma tanguinha. Mas o alto tributo cobrado por ter, produzir ou comercializar o incenso não poupava nenhuma classe social. Nem mesmo os reis. Se eles quisessem ter uma noite de prazer com suas esposas, tinham de pagar seus pesos em incenso.

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